Saturday, May 05, 2007

Shortbus

Que dizer deste filme. Eu não fazia a minima ideia para o que ia. So no cinema e que vi o poster, mas mesmo ai nem lhe prestei atenção. Começa o filme, a sala quase cheia, e a experiência é simples: destruição do socialmente correcto. Até pensei que me tinha enganado e que o King agora fosse o substituto dos antigos cinemas porno na Av. da Liberdade... mas não. No entanto, à medida que o filme decorre, não existem outros 'grandes momentos' de choque. Depois das cenas iniciais é verdade que seria difícil, mas principalmente, é o facto de o objectivo do filme não ser o de mostrar o sexo, mas mostrar o que existe para além do sexo.
Obviamente que nisto é pena ter de levar com quase 70% de cenas porno gay, no total das cenas de sexo, e não quero ofender ninguém mas não tenho interesse em as estar a ver. Mas que melhor que o sexo porno gay para chocar uma sociedade, que vive constantemente mergulhada num sexo implícito nas várias publicidades que se encontram, bem como nos novos meios de comunicação. Os tempos das revistas já vão longe!
Retornando ao assunto principal, o filme tenta mostrar o que há para além do sexo, e as cenas que chocam sexualmente acabam por ser pornográficas e não eróticas, pois não existe aquele mostrar do sexo onde ele é algo meio tabu, algo proibido num ambiente sedutor. Pelo contrário o sexo e mostrado sem a sedução mas de forma banal, sendo por isso banalizado ao longo do filme, e devido a isso saí de lá sem sentir que vim de um filme pornográfico. Não faz sentido?! Isso e porque falta dizer que, ao mesmo tempo que o sexo é banalizado, apercebe-se da importância de outros sentimentos. Achei que este filme tenta transmitir que, sme esses sentimentos, o sexo seria banal e ai mais valia ir às casas de alterne. Bem, se clahar para uns a diferença entre ter sexo com alguém que se conhece e numa casa de prostituição é apenas monetária... Espero que não seja o caso de quem está a ler isto! Mas estou a desviar-me do assunto.
Existe uma segunda razão para ver este filme: eu não sabia para o que ia, e presumo que muita gente na sala também não. Bem, pelo menos não estavam a espera de algo tão porno, lol. E foi fixe a sensação inicial que tive de me sentir retraído, porque estava naquela sala com a sociedade a ver que eu estava naquela sala (os outros espectadores), naquelas cenas iniciais. Digo isto porque nessa altura pensei "isto e um filme porno", e presumo que muita gente na sala tenha pensado no mesmo. E passado pouco tempo não senti necessidade em estar estranho com a situação porque as outras pessoas que estavam lá, estavam a experimentar a mesma sensação de anti-tabu. Isto e divertido porque é uma espécie de comunhão com o resto do pessoal que foi ver o filme. Ainda me vai aparecer alguém a frente e dizer "Olha lá, tu não foste ver um filme.. shortbus, ao King?". Obviamente que esta sensação de tabu foi muito soft (senão nem estava a escrever este post), por isso não pensem "este gajo tem complexos". Tudo o que falei foi sobre a diferença de ver cenas porno sós ou num grupo grande de pessoas que nunca vimos. Obviamente que há pessoas que nem sequer tiveram qualquer mínima sensação de tabu, mas pelo menos algumas tiveram e eu tive uma sensação de empatia por essas, lol.
Recomendo porque é um filme divertido, que choca (o que é bom) e é sempre bom desobedecer ao socialmente correcto! Aqui fica um link: http://www.bbc.co.uk/dna/collective/A17772843.

3 comments:

Anonymous said...
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Ana Cleto said...
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Ana Cleto said...

Eh, malandro... Foste ver o filme com quem? Hihihi :)